Margarida Garcia, Chris Corsano, David Maranha & Manuel Mota
Sinopse
As grandes aventuras são aquelas onde o risco e o desafio estão sempre presentes, criando uma saudável coabitação com a aceitação do erro e do falhanço. A admiração e amizade são, por exemplo, bons fermentos criativos para o sucesso dessa aventura. Margarida Garcia, David Maranha e Manuel Mota partilham discos e concertos como Curia, na companhia de Afonso Simões, e comungam com Chris Corsano uma proximidade de longa data, feita de experiências em palco — Mota já tocou com o genial baterista norte-americano algumas vezes, em duo e com outras formações —, encontros e conversas fora dele. Há uma relação de apreço comum que sempre os fez desejarem trocar ideias como um colectivo coeso e blindado, assumidamente distante do regime aberto da improvisação que todos tão igualmente dominam. O plano mestre, elaborado desde finais de 2010, inclui uma forte atracção pelo rock, mas muitas condições foram deixadas deliberadamente em aberto para que a energia colectiva também produza resultados inesperados. Esta qualidade emerge pela capacidade de diálogo de todos os músicos, desvendando-se talvez porque Syracuse Ear possa ter sido o nome escolhido para o quarteto — é esse jogo de perguntas e respostas, como uma câmara de ecos, que melhor pode definir a dinâmica deste projecto pan-atlântico que se estreia neste dia.
“No free jazz contemporâneo não há ninguém que demonstre uma energia tão furiosa e ao mesmo tempo tão criativa. As súbitas trasinções de texturas e dinâmicas que Corsano faz são uma maravilha de observar.”
The Wire
Sobre Antartica de David Maranha
“Favorecendo a intensidade em favor do volume, Maranha e companhia constroem um minimalismo focado que as bandas de rock que utilizam riffs com base em drones aspiram mas não conseguem atingir.”
The Wire
Sobre Sings de Manuel Mota
Longe de coordenadas referenciáveis, Mota gravita em torno do seu próprio mundo, numa expressividade sem paralelo com qualquer outro guitarrista da actualidade.
Bodyspace
“Margarida Garcia, one of the most interesting explorers of the lower range area in today’s improvisation.”
Touching Extremes