Nuno Rogeiro
Sinopse
Nuno Rogeiro quase dispensa apresentações. É já, para os mais atentos, um ícone na cultura pop portuguesa, estatuto que conquistou naturalmente graças à eloquência com que aborda os assuntos sobre os quais é chamado a falar. Estudioso da Ciência Política, professor, jornalista (O Diabo, O Século, revista K, O Independente, TSF, etc.), comentador, investigador, apaixonado por música, cinema e outras artes, Homem da Renascença por excelência. É com muito prazer que saberemos nesta sessão Super Disco como e em que grau se manifesta o seu conhecido gosto por música, para além de admitir tocar “um bocado de flauta, e piano e baixo rudimentares (abaixo de principiante)”. Escolheu como base para esta conversa o álbum Hot Rats, de Frank Zappa, editado em 1969 como o seu primeiro álbum a solo, ou seja, em nome próprio, depois de abandonar o nome Mothers Of Invention (que viria a recuperar, sob várias formas, após Hot Rats, até 1976). Outra particularidade do álbum é ser quase exclusivamente instrumental, com excepção de uma faixa cantada por Captain Beefheart. Nuno Rogeiro comprou-o na discoteca Melodia, na Baixa de Lisboa, em 1974, quando era finalista no Liceu Pedro Nunes. Sobre o disco acrescenta: “Hot Rats, publicado pela Reprise, foi a revelação de um jazz-rock alternativo e visionário, e de uma face ‘técnica’ de Zappa, até então desprezada. Foi ainda a fundação de um dialecto próprio, de um som imediatamente reconhecível, de pequenas peças sinfónicas inigualáveis (Peaches en Regalia, Little Umbrellas), de melodias e arranjos geniais e bizarros, e da revelação de grandes nomes, como o violinista Jean-Luc Ponty (que depois descaminhou um pouco…). Zappa morreu já há 17 anos, mas Hot Rats continua vivo: era avançado para a época, e portanto, se calhar, ainda não o apanhámos.”