Marlene Monteiro Freitas
coapresentação alkantara
Sinopse
Lugar imaginário de génese cristã, no paraíso a vida decorre liberta dos constrangimentos e limitações do quotidiano e da vida terrena. É assim que à escassez alimentar se contrapõe a abundância, ao fardo do trabalho, a vida livre de esforços e obrigações. Há um paraíso anterior à criação, desregrado mas inocente, por não conhecer o pecado original, e o paraíso da virtude, ou seja, a terra prometida no céu para os que levaram uma vida virtuosa. Mas, à medida que se foi libertando da esfera moral-religiosa do Juízo Final, para, progressivamente, ir entrando na esfera das artes, o paraíso tornar-se-ia no lugar do exótico e do maravilhoso. Percurso indissociável do inferno, sendo que ambos constituem lugares por excelência da imaginação artística.
Paraíso ― coleção privada é um concerto coreográfico pelo jardim da imaginação; pontuado por elementos dissonantes, heterogéneos, talvez estranhos, eventualmente inquietantes, é uma máquina de emoções onde podem ocorrer encontros fortuitos com alfinetes.
Nascida em Cabo Verde, Marlene Monteiro Freitas pertence ao coletivo Bomba Suicida e trabalha regularmente com Emmanuelle Huynn, Loic Touzé, Tânia Carvalho e Boris Charmatz. Entre as suas criações mais recentes, estão as peças (M)imosa, inserida no alkantara festival 2012, e Guintche, apresentada em 2012 no Centro Cultural de Belém.