Miguel Pereira
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Sinopse
Sempre me deparei ao longo do meu percurso artístico com uma inevitável contradição: o meu tempo de gestação e criação — um tempo ora dilatado ora entrecortado, imprevisível, alimentado por desejos, por impulsos, pela não linearidade e até pela indisciplina — entra em constante colisão com o tempo instituído, um tempo demasiado regulado e repetitivo.
Ao longo de três anos dediquei-me a refletir, experimentar e conhecer o mundo do espetáculo amador. E daqueles que nos tempos livres se dedicam à prática artística. Os que por não terem a obrigação de construir um estatuto que os legitime na esfera do trabalho se deixam apenas levar pelo prazer que sentem naquilo que fazem. A dança, o teatro ou o espetáculo sempre foram para mim o pretexto para encontrar esse espaço de liberdade e de prazer, de encontrar esse lugar de “tempo livre” onde seja possível refletir, digerir ou transformar o mundo e a realidade. E é nesse tempo “livre” que me coloco, que o espetáculo, o acontecimento que eu faça, possa acontecer nesse limbo “entre” o acabado e o inacabado, o possível e o impossível, o controlado e o libertador.
Os dois espetáculos do díptico aqui apresentado não são um retrato ou uma homenagem, mas o resultado do meu encontro com estas duas pessoas e a sua relação com a experiência artística.
Espetáculo a partir do encontro com Regina Branco em Minde. Tem 46 anos e é professora de inglês no Secundário onde também dirige aulas de expressão dramática. Faz parte do grupo de teatro amador Boca de Cena em Minde onde trabalhou, entre outras, na peça Um Vestido Para Cinco Mulheres de Alan Ball que a marcou profundamente.