Cláudia Gaiolas , Michel Blois, Paula Diogo e Thiare Maia Amaral
Bios
(ambas com a companhia portuguesa Mala Voadora), The Life & Loves of a Nobody, 600 People, Cape Wrath, The Machine (peça radiofônica de Georges Perec), What I Heard About the World, Playing Detective e Learning To Swim. Para além de escrever, dirigir e atuar com a Third Angel, Alexander leciona a cadeira de Práticas de Performance na Leeds Beckett University.
CLÁUDIA GAIOLAS (Lisboa, 1976) é intérprete e criadora. Cofundadora do Teatro Praga com quem trabalhou regularmente entre 1995 e 2008. Como intérprete e criadora trabalhou, entre outros, com Mundo Perfeito, Mala Voadora, Teatro da Garagem, Truta, Má-Criação, Teatro Meia Volta e Depois À Esquerda Quando Eu Disser e com os criadores António Mercado, André Murraças, Joaquim Horta, Madalena Victorino, Jean-Pierre Larroche, Rui Horta, Clara Andermatt, Martim Pedroso, Àgnes Limbos e Dinarte Branco. Encenou A partir de amanhã e A Mulher que Parou, com texto de Tiago Rodrigues e Os Terroristas para o Festival Materiais Diversos. Criou os espetáculos, Solo Doméstico e Não sou só eu aqui.
MICHEL BLOIS (Rio Grande, 1983) formou-se como ator na CAL/Rio de Janeiro, e em Fisioterapia na Unesa, em 2006. Como ator trabalhou com Enrique Diaz, Simon Will, Lola Arias, Tiago Rodrigues, Jefferson Miranda, Felipe Hirsch, João Fonseca, César Augusto, Haroldo Rego, Maria Maya, Bruce Gomlevsky, entre outros. Encenou Dentro da Pequena Orquestra, Dois Irmãos – Due Fratelli de Fausto Paravidino, com Cynthia Reis e A Sônia é que é Feliz, de Julia Spadaccini. Faz parte do coletivo Pequena Orquestra e do grupo de dramaturgia Inventário de Mentiras. De 2012 a 2015, com Fabricio Belzoff e Rodrigo Nogueira, foi diretor artístico do Teatro Ipanema. É programador no Festival Dois Pontos, no Rio de Janeiro.
Folha da Sala
Texto 1
O Grande Livro dos Pequenos Detalhes, estreado em abril de 2015 no Rio de Janeiro, teve origem num projeto de colaboração que juntou dois criadores brasileiros, Michel Blois e Thiare Maia Amaral, duas criadoras portuguesas, Paula Diogo e Cláudia Gaiolas e um dramaturgo inglês, Alexander Kelly, do coletivo Third Angel. Inspirada em mistérios policiais, histórias infantis e relatos verdadeiros de pessoas com a Síndrome de Asperger, convida-nos a parar, a olhar o mundo à nossa volta e a perguntar “como seria se eu sentisse que tudo isto não é normal?”.
Texto 2
Existe sempre um momento quando fazemos um espetáculo, em que olhamos para trás e pensamos: como chegámos aqui? De onde surgiu este espetáculo? O espetáculo desenvolve-se, cresce enquanto é feito, exploramos, perdemo-nos, fazemos descobertas, seguimos pistas, encontramos becos sem saída, misturamos essas metáforas…
Este espetáculo fez definitivamente todas essas coisas.
E eu admito, tenho uma paixão por detetives, histórias de detetives, puzzles, pistas, investigações… E um amor de longa data pelos pequenos detalhes que atravancam a nossa vida e nos quais nós não reparamos necessariamente. E sim, eu sempre quis escrever uma história de detetives.
Para criar o mundo deste espetáculo, comecei num território familiar: escrevi ideias, explicações, estruturas formais. Textos para um espetáculo sobre o modo como nós interagimos com os sistemas do mundo à nossa volta. “Isso está tudo muito bom”, dizia a equipa. “Mas quem?”, queriam eles saber, “quem está a falar sobre estas ideias? Qual é o caso que eles estão a tentar resolver?”
E então em Março, de repente, nós estávamos todos juntos à volta de uma mesa, a falar de detetives, mistérios e pistas e detalhes, e sobre um modo diferente de olhar o mundo. E as personagens e o caso a investigar estavam ali, a ganhar definição, e eu pensei, de onde vieram estas pessoas?
Alexander Kelly
11 de abril de 2015
Menores 30 anos: 5€
Sinopse
Este espetáculo teve origem num projeto de intercâmbio e de residência de criação que juntou dois criadores brasileiros, Michel Blois e Thiare Maia Amaral, duas criadoras portuguesas, Paula Diogo e Cláudia Gaiolas e um dramaturgo inglês, Alexander Kelly, do coletivo Third Angel. Juntos, falando de detetives, mistérios, pistas e detalhes que geralmente passam despercebidos a um olhar mais rápido sobre o mundo, criaram um enredo composto por duas histórias, construídas como se fossem dois episódios de uma série televisiva. Numa das histórias, uma locutora de rádio que tem como função informar os seus ouvintes sobre o estado do trânsito, resolve um dia fornecer os dados errados, provocando o caos na cidade. Em paralelo, uma outra história, na qual um departamento secreto trabalha afincadamente com o objetivo de criar distrações no mundo para dar cor ao dia-a-dia das pessoas, fazendo com que estas olhem para outras coisas e desviem a atenção dos seus próprios problemas.