Marlene Monteiro Freitas com Andreas Merk
Bios
Marlene Monteiro Freitas nasceu em Cabo Verde onde cofundou o grupo de dança Compass. Estudou dança na P.A.R.T.S. (Bruxelas), na E.S.D. e na Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa). Trabalhou com Emmanuelle Huynn, Loic Touzé, Tânia carvalho, Boris Charmatz, entre outros. Criou as peças de marfim e carne-as estátuas também sofrem(2014), Paraíso-colecção privada (2012-13), (M)imosa (2011) com Trajal Harell, François Chaignaud e Cecilia Bengolea, Guintche (2010), A Seriedade do Animal (2009-10), Uns e Outros (2008), A Improbabilidade da Certeza (2006), Larvar (2006) e Primeira Impressão(2005), obras que têm como denominador comum a abertura, a impureza e a intensidade. É cofundadora da P.OR.K, estrutura de produção sediada em Lisboa.
Andreas Merk nasceu na Alemanha e estudou dança e teatro em Frankfurt (Hochschule fur Musik und Darstellende Kunst), Bruxelas (P.A.R.T.S.) e Suíça (Scuola Teatro Dimitri). Trabalha regularmente em produções de diversos realizadores e corógrafos, no palco e no cinema; Tomer Heymann, Idit Herman, Nicolas Steman, Falk Richter, Tania Carvalho, Inbal Pinto&Avshalom Pollak Dance Company, MataNicola, Noa Shadur, Marlene Monteiro Freitas, Richard Siegel, entre outros.
Yannick Fouassier, é desenhador de luz. Foi diretor de Cena em Paris no Théâtre de la Cité Internationale (1990-1993) e tem trabalhado com vários coreógrafos, tais como, Loïc Touzé, Jennifer Lacey, Emmanuelle Huynh, Martine Pisani, Claudia Triozzi, Rémy Héritier, Annabelle Pulcini, Laure Bonicel, Deborah Hay, Hélène Iratchet, Yves-Noël Genod, Marlene Monteiro Freitas, Cécilia Bengolea, François Chaignaud, Trajal Harrell, Latifa Laâbissi, Sylvain Prunenec e Betty Tchomonga. Tem colaborado também com os encenadores Fanny de Chaillé, Marie Vayssiére, Eric Didry, François Wastiaux, Pierre Maillet, entre outros. Fez a iluminação para as exposições Totem & Tatoo, de Olivier Vadrot, no Centre Geoges Pompidou, em Paris (2014), de Marceline Delbeque, na Galeria Ricard (2015), de Célia Houdard et Sébastien Roux, em Oiseaux Tonnerre, Marselha (2013) e na Galeria La veille, em Reims (2013), e para a exposição Chanel em Shanghai (2011). Em 2010 colaborou com o artista francês Pierre Huygue. Com Marlene Monteiro Freitas criou a luz para Guintche (2010), ((M)imosa / Twenty Looks or Paris is Burning at The Judson Church (M) (2011), Paraíso – coleção privada (2012/13), de marfim e carne – as estátuas também sofrem (2014) e Jaguar (2015).
Tiago Cerqueira escreve, produz e interpreta música, centrando a sua atividade no desenho de som e composição para as artes performativas, vídeo, cinema e instalação. No âmbito das artes performativas colabora com vários artistas e companhias internacionais como o Ballet Gulbenkian, Bare Bones Dance Company, Bomba Suicida, Cie O Último Momento, CiM, Colectivo 84, Companhia do Chapitô, Companhia de Dança de Almada, Companhia Instável, Companhia Nacional de Bailado, Dance X Change, Errol White Dance, Icelandic Dance Theatre, Magnólia Teatro, National Youth Dance Wales, Nova Companhia, Phoenix Dance Theatre, P.OR.K, Projecto Lá e Cá, Propositário Azul, Rui Horta Stage Works, SACD, Scottish Dance Theatre, Tanzhaus NRW, Tanztheater Nürnberg, The Göteborg Ballet, Vo’Arte e White & Givan.
Folha de Sala
Like a hunter in the wilderness / I’m gonna try and do my best / I’m gonna use speed and finesse / I’m gonna getcha, getcha […] Jaguar I am and U are mine / Jaguar – she loves a body fine / In heat, in love, in out, in time / Jaguar I am and U are mine.
Prince, Jaguar.
Criada em colaboração com o bailarino Andreas Merk, Jaguar é uma peça que dá continuidade ao trabalho de Marlene Monteiro Freitas na exploração de um corpo intenso, transgressor de fronteiras e de definições, híbrido, estranho e em transformação constante. Jaguar é simultaneamente uma peça de dança e um teatro de marionetas: “Os bonecos não sentem, não vêm, não escolhem, mas conseguem mostrar exatamente o contrário. Em jaguar somos marionetas, fantoches e enquanto tal manuseados e acionados”, diz MMF.
O que é uma boneca? É algo estranho É algo das sombras É algo de(a) terra É algo da origem É algo mágico É algo paternal É algo proibido É algo de Deus É algo distante É algo sem olhos É algo animal É algo como pássaro É algo silencioso É algo eterno é algo de lama É algo de seixos Algo vegetal Algo da infância Algo cruel Algo alegre Algo a partir de um grito Algo silencioso é isso!
Michel Nedjar, em Momentum, Paris, 1996.
As “mãos” que manipulam estas marionetas e as forças às quais os corpos de Jaguar se colocam à disposição são múltiplas. Entre elas, encontramos, o ritmo do mandinga – figura carnavalesca Mindelense –, a intensidade das imagens dos expressionistas abstratos reunidos, no início do século XX, sob o nome de Der Blaue Reiter [O Cavaleiro Azul], as imagens abismáticas, estridentes, simétricas, cantantes e os passados e futuros inventados do artista suíço da arte bruta, Adolf Wölfli (1864-1930):
Good morning you gentlemen, and ladies? What do you want, from, me? I am not among the Tame: And yet no wild animal.
“From the cradle to the grave (excerto)” (1908-12), em Adolf Wolfli. The creator of the universe, Berna, 2012.
Menores 30 anos: 5€
Sinopse
Depois de ter coproduzido e apresentado os seus dois últimos espetáculos – Paraíso(Coleção Privada, em 2012 e de marfim e carne ― as estátuas também sofrem, em 2014) o Teatro Maria Matos regressa ao universo coreográfico de Marlene Monteiro Freitas com Jaguar, um espetáculo criado em colaboração com o bailarino alemão Andreas Merk. Jaguar é uma peça que dá continuidade ao trabalho de exploração de um corpo intenso, agora colocado no centro de um teatro de marionetas, acionado por ritmos desencontrados e confrontado, entre outros, com as imagens abismáticas e estridentes do artista suíço Adolf Wölfli (arte bruta) e com as distorções dos expressionistas abstratos reunidos, no início do século XX, sob o nome de Der Blaue Reiter [O Cavaleiro Azul]. Marlene Freitas acrescenta algo misterioso: “Jaguar é um excerto, uma cena de caça, ou ainda, uma cena de caça assombrada”.