Ali&Cia
Folha de Sala
COMER LISBOA
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Bem-vindos à estreia portuguesa de uma cerimónia de urbanofagia: comer a cidade. Hoje, vamos devorar a cidade de Lisboa, coletivamente, satisfazendo a nossa curiosidade sensorial e intelectual. Após vários meses de colaboração, criatividade e planeamento intensos, 12 grupos comunitários de diversas origens juntar-se-ão na Rua Antero de Figueiredo, para disponibilizarem a sua arquitetura comestível a quem aparecer. Este banquete multicultural é uma ilusão de ótica comestível: nada é o que parece. À primeira vista, é Lisboa em 3D – a topografia, ruas, parques, edifícios e monumentos icónicos. Repentinamente, descobrimos que também é comestível!
Aqui, têm a oportunidade de realizar o desejo de comer um edifício particular, numa catarse coletiva de urbanofagia. Satisfaçam a vontade de comer o Aqueduto das Águas Livres, a Ponte 25 de Abril, a Basílica da Estrela, o Castelo de São Jorge ou o Jardim Botânico.
O menu é complexo e delicioso, refletindo as tradições sensoriais e emocionais das comunidades participantes que cozinharam esta cidade vibrante para vós.
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LEGENDA DO MAPA E RECEITAS
Mesa 1: Bangla Restaurante – Comida Tradicional Indiana e Bangladesh
Antena PT: torre de leite em pó com açúcar.
Parque da Serafina: estruturas esculpidas em coco ralado, manteiga clarificada, leite em pó e açúcar.
Mesa 2: Conselho Português para os Refugiados
Aqueduto das Águas Livres: construção de bolachas torradas, unidas com cimento de queijo creme.
Amoreiras: sólida arquitetura de saborosas frutas.
Mesa 3: Associação Cabo Verdeana Cabo Verde
Marquês de Pombal e Parque Eduardo VII: estruturas construídas com sabores cabo-verdeanos.
Mesa 4: Iberia Universal (China)
Hospital Dona Estefânia: paredes e fachada construídas com bolachas de baunilha fixadas com palitos ao chão, telhado com waffles e juntas coladas com caramelo.
Banco de Portugal: paredes feitas de maizena e nabo e janelas com carne preservada cortada típica de Cantão, cozinhada a vapor.
Mesa 5: Êxito das Tendências (Ucrânia)
Cemitério dos Prazeres: jazigos com fígado de frango em chão folhado, rodeados de ciprestes salgados.
Bairro do Alvito: pequenas casas recheadas de queijo, com paredes de argamassa estaladiça.
Mesa 6: Instituto Cultural Romeno + Associação Mundo Feliz + Centro de Cultura e Arte Trei Culori
Basílica da Estrela: alicerces e estrutura em pão de ló com recheio de chocolate e sino de pasta de açúcar cinzenta.
Embaixada da Roménia: palacete de salada russa com frango desfiado, maionese vegetal, batata, cenouras e ervilhas. As janelas são de batata palha e a bandeira é de folha de hóstia pintada com corante vermelho, amarelo e azul.
Mesa 7: Casa do Brasil de Lisboa
Assembleia da República: a estrutura será feita da receita tradicional brasileira Maria Mole, feita à base de gelatina.
Parque Mayer: bolo de mandioca.
Mesa 8: Cozinha Popular da Mouraria
Castelo de São Jorge: sabores do Nepal e de Marrocos, pontuados por cuscuz.
Martim Moniz: crepes vietnamitas, entre outras especialidades asiáticas.
Mesa 9: Comunidade Hindu de Portugal (vegan)
Rio Tejo: ondas de bombay karachi halwa, com peixes de amêndoas e pistácios e âncoras de cardamomo, salpicados com luz solar prateada comestível e o reflexo do Cristo Rei, celebrando a filosofia indiana de vasudhaiva kutumbakam – “o mundo é uma família”.
LX Factory: entradas pani puri poéticas, a encher com shots de água aromatizada, implorando para serem saboreados pelos abutres da cultura.
Ponte 25 de Abril: pilares de khichu, feitos com farinha de arroz cozida a vapor e condimentada, conferem resistência a estradas de liberdade de chapati de farinha de trigo, suspensas por cabos de arroz tufado.
Mesa 10: Associação Aguinenso
Embaixadas: espetadas com vários pisos de carne de borrego, com cebola e pimentos, acompanhadas, se desejado, por molho picante guineense “pouco” diplomático.
Museu Nacional de Arte Antiga: estrutura de bolo queque e fachada com cobertura de massa de açúcar, acompanhado por um jardim doce, com relva de coco e árvores de cana-de-açúcar.
Mesa 11: Mesa do público do Teatro Maria Matos
Bairro da Bica: travessas e ruelas feitas de pataniscas de bacalhau.
Mercado da Ribeira: o icónico mercado da baixa de Lisboa será construído de bola de carne e outros sabores.
Mesa 12: Solidariedade Imigrante — Associação para a Defesa dos Direitos dos Imigrantes
Casa dos Bicos Fundação José Saramago: bicos do telhado feitos com bolacha moída apoiados numa estrutura de bolachas de baunilha e tosta rica, coladas com leite condensado cozido.
Sé Catedral: torres construídas com bolachas de champagne, rosácea com tosta esculpida e paredes e interior com coco ralado, bolachas de baunilha e bolachas americanas coladas com doce de leite.
Caso tenha alergias alimentares pergunte à equipa que o serve sobre os ingredientes em causa.
Dietas específicas:
Opção vegetariana: Mesa 9 (com laticínios, mas sem ovos)
Opção carne halal: Mesa 1
Bangla Restaurante – Comida Tradicional Indiana e Bangladesh A1
Em pleno coração do Intendente na rua do Benformoso, o Bangla é um restaurante de referência para quem gosta de comida com sabores, aromas e sabores da Índia, Bangladeche e Paquistão. Muito frequentado por membros destas comunidades e também por turistas e lisboetas, aqui fala-se sobretudo em inglês e é-se recebido com um sorriso. Agora é Ramadão, a equipa serve a comida para os seus clientes de dia, mas só come depois do Sol se pôr.
- Faruk Ahamed, Abdul Alim, J. SinG, João Jordão, Lúcia Fernando, António Paiva, Sílvia Lopes, Eunice xxx, Inês Martins e Max Reis
Conselho Português Para os Refugiados A2
Do abraço ao teatro e à arte surgiu este singular desafio. Aceitámo-lo e convidámos amigos. Somos 12 de diferentes países (Bielorrússia, Colômbia, Costa do Marfim, Eritreia, Etiópia, Guiné Conacri, Paquistão, Portugal, Rússia e Ucrânia). Fomos experimentando, arriscando, partilhando, integrando, surpreendendo-nos. Já está! São servidos? Bom apetite!
- Abdourahime Camara, Bethelem Samson Belachew, Dora Villota, Isabel Galvão, Margarita Sharapova, Marthe N’Depo Eps Bessekon, Roman Tsap, Ruslan Zulfigarov, Saeed Alam, Tetiana Biniavska, Wedasy Yuhanas Berhe e Yana Schmid
Associação CaboVerdeana A3
Centramos a nossa missão no desenvolvimento de ações e programas que contribuam ativamente para congregar os cabo-verdianos residentes em Portugal, proporcionando-lhes condições para uma convivência fraterna, em permanente contacto com as realidades de Cabo Verde, tendo em vista assegurar e potenciar na comunidade cabo-verdiana, a solidariedade, a liberdade de escolha, o diálogo, a autonomia pessoal e o progresso social.
FALTA PARTICIPANTES
Iberia Universal (China) A4
A Ibéria Universal foi fundada em setembro de 2013, com sede em Lisboa. Desde a sua fundação, segue o desenvolvimento de objetivos estratégicos em vários media. Dedica-se à construção de cobertura de plataformas media nos países da língua portuguesa. Pretende tornar-se um veículo muito importante na área de comunicação social entre a China e os países de língua portuguesa.
- Liang Zhan, Yingli Xu, Jun Chen, Jingwen Lai, Wei Wang, Huimin Liu, Qi Li, Daisy Qing, Leonardo Sen Ni, Fangwei Chen, Meiwa Chao
Êxito das Tendências (Ucrânia) B1
A associação Êxito das Tendências nasce da vontade de partilhar a cultura ucraniana dentro e fora da sua comunidade. Sentimos um enorme gosto em mostrar as nossas raízes culturais ao mundo, através da música, de danças tradicionais e, claro, da nossa saborosa comida, que terão agora a oportunidade de experimentar!
- Hanna Rybchynska, Iryna Melnychuk, Maksym Kuziak, Nataliya Pirotska, Natalya Koch, Oksana Gusar, Svitlana Rybchynska, Taras Shevchenko e Tetyana Rybchynska
Instituto Cultural Romeno + Associação Mundo Feliz + Centro de Cultura e Arte Trei Culori B2
A Associação Mundo Feliz surgiu em 2011 para concretizar esse sonho e o seu lema é “integrar e unir os imigrantes que vivem em Portugal” através do apoio na legalização, jurídico, procura de emprego ou cursos de línguas. O Instituto Cultural Romeno é um convite para conhecer a cultura romena através de eventos culturais, cursos de língua, programas de mobilidade e apoio à tradução de literatura. O Centro de Cultura e Arte Trei Culori tem como missão descobrir e promover novos talentos artísticos, promover a partilha cultural entre as várias comunidades imigrantes e o país de acolhimento, contribuindo para a integração de cidadãos moldavos.
- Alexandra Budianu, Alina Precup, Ana Cunha, Anaisoara Neculita, Cecilia Minascurta, Cristina Coman, Daniel Tomescu, Domingos, Ecaterina Ciubotaru, Elena Ticu, Firuta Roman, Gheorghe Ticu, Ion Rotaru, Ion Iosipoi, Lilioara Nichifor, Luminita, Mihaela Popa, Mihai Ticu, Mioara Maxim, Neli Iacubovschi, Valeriu Ticu, Victoria Ionel e Violeta Hrusca
Casa do Brasil de Lisboa B3
A Casa do Brasil de Lisboa é uma associação civil sem fins lucrativos, fundada em 1992, defende os interesses de todos os imigrantes em Portugal, em especial os brasileiros e os de origem lusófona, dentro de uma ótica de integração e de luta pela igualdade de direitos e responsabilidade cidadã. Atua como pólo de reflexão e promoção de debates temáticos e intervém ativamente em questões relativas à política de imigração em Portugal e à luta contra o racismo e a xenofobia, entre outras.
- Elsa Branco, Lilia Trajano, Marcondes Alves, Nelson Monforte Pedro Abreu e Pedro Oliveira
Cozinha Popular da Mouraria B4
A Cozinha Popular da Mouraria tem uma forte componente de intervenção social que trabalha através da partilha gastronómica e cultural. Acolhe múltiplas comunidades, criando um espaço onde se trocam ideias, divulgam culturas, se cozinha, experimenta, partilha, reúne a família e se viaja pelo mundo através dos sabores. O grupo que participa no Comer Lisboa é multicultural e traz as cozinhas tradicionais de vários países às ruas de Lisboa.
- Adriana Freire, Aminul Islam, Abderrazak Kadess, Catalina Salcedo, Hai Ha Nguyen, Manish Putwar e Maria Antónia Linhares de Lima
Comunidade Hindu de Portugal C1
A Comunidade Hindu de Portugal é uma das organizações pioneiras da comunidade migrante indiana em Portugal e tem-se comprometido em oferecer um sentimento de identidade para a comunidade pan-indiana em Portugal, cultivando os valores, a cultura e as tradições indianas através de diversas atividades culturais, sociais e educativas, procurando, deste modo, uma integração progressiva na sociedade portuguesa e na comunidade europeia.
- Nalini Mulji, Rajeshree Vaguela, Anita Ranchhod, Bharti Chaganlal, Nayna Amaidas e Lajja Sambhavnath
Associação Aguinenso C2
Desde 1987, a Associação Guineense de Solidariedade Social ― Aguinenso presta serviço de apoio à comunidade guineense residente em Portugal nas mais variadas áreas, como em assuntos relacionados com questões sociais e apoio jurídico, assim como fomenta atividades culturais que promovem as artes e tradições guineenses. No projeto Comer Lisboa, cinco mulheres da comunidade trazem para o mapa de Lisboa temperos e receitas guineenses combinadas com a cozinha portuguesa.
- Conceição Sá Nogueira, Leodete Sá Nogueira, Sãozinha Henriques, Sandra Costa
Mesa do público do Teatro Maria Matos C3
Depois de semanas a trabalhar com várias comunidades da cidade, abrimos as portas das nossas cozinhas ao nosso público para também ele participar na construção desta maqueta comestível de Lisboa. Na reta final das preparações do Comer Lisboa, vários elementos do público do Teatro Maria Matos integraram esta equipa multicultural e assumiram as funções de chef para cozinhar uma das zonas ribeirinhas da cidade.
- André Semeano, Patrícia Sobral, Vanda Correia e Teresa Martins
Solidariedade Imigrante — Associação para a Defesa dos Direitos dos Imigrantes C4
É uma associação pela defesa dos direitos dos imigrantes, de âmbito nacional e sem fins lucrativos, criada em 2001. Queremos dar a palavra aos imigrantes, uma palavra autónoma e independente, para que sejamos os verdadeiros protagonistas na defesa dos nossos interesses por direitos iguais. Pertencemos a várias redes de associações nacionais e internacionais. Contamos com 26.000 sócios oriundos de 97 nacionalidades.
- Aline Pereira, Aurora Douana, Georgette Tamelopko, Gledisy Trindade, John Lewis Manga, Naimul Huda Raihan, Noémi Besztercei, Rita Maria Gomes, Silmara de Paula
Largo Antero Figueiredo
Sinopse
Comer Lisboa é um projeto do coletivo espanhol Ali&Cia, de Alicia Ríos e Barbara Ortiz, tem vindo a reproduzir por várias cidades, de Londres a Melbourne passando por Segóvia, representando a diversidade das mesmas através da cultura gastronómica. Sob a forma de uma performance pública interativa, cada edição deste evento conta com a colaboração de dezenas de voluntários de diferentes comunidades e associações da cidade. Em Lisboa, as comunidades locais trabalham em conjunto com o coletivo para criar um mapa da cidade completamente comestível: dos monumentos aos parques, passando pelas ruas e transportes. Neste dia, testemunharemos a monumentalidade do feito e poderemos, pela primeira vez e de forma literal, saborear Lisboa.