Cão Solteiro & Vasco Araújo
Bios
Cão Solteiro é uma plataforma de artistas com diferentes práticas que desenvolve projectos de teatro, em Lisboa, desde 1997. Estabeleceu-se ao longo deste tempo um processo de trabalho fortemente suportado pela construção de imagens, ao qual é inerente o cruzamento de linguagens, e a transferência de códigos entre disciplinas artísticas. Criou e produziu os seguintes espectáculos:
Marie & Bruce, de Wallace Shawn, Cão Solteiro & Nuno Carinhas. CCB, 1997.
Aguantar, Cão Solteiro & Nuno Carinhas, a partir da vida e obra de Frida Kahlo, textos de Frida Kahlo, Carlos Fuentes, Octavio Paz, notícias de imprensa, receitas de culinária. IFICT, 1999.
Furiosa Tempestade, Cão Solteiro & Nuno Carinhas, textos de André Breton, Herberto Helder, Maria Velho da Costa, Rainer M. Rilke, Ruy Belo. Antiga Cantina da Faculdade de Ciências, 2000.
Problemas, Cão Solteiro & Nuno Carinhas, textos de Harold Pinter. Armazém do
Ferro, 2001.
T’as senti ta pensée avancer un pas dans le silence? Festival de Teatro “Les Informelles”. Marselha, França, 2001.
O Alfinete do Anestesista, Cão Solteiro & Rogério de Carvalho, textos de Harold Pinter. Armazém do Ferro, 2001.
Pano de Muro, Cão Solteiro & Miguel Loureiro, textos de vários autores abrangendo a história do teatro, de Ésquilo a Beckett. Armazém do Ferro, 2002.
Histórias Misóginas, Cão Solteiro & Nuno Carinhas, a partir de Pequenos Contos da Misoginia de Patricia Highsmith. Armazém do Ferro, 2002.
I . Sobre a Luz, Cão Solteiro & Rogério de Carvalho, textos de artistas plásticos, Francesco Clemente, Gerhard Richter, Henri Matisse, Joseph Beuys, Pablo Picasso. Casa d’Os Dias da Água, 2003.
II . Obscuridade, Cão Solteiro & Nuno Carinhas, textos de fotógrafos e poetas, entre os quais Mário de Cesariny, Sarah Moon. Casa d’Os Dias da Água, 2003.
Nocturno Delirante, Cão Solteiro & Nuno Carinhas, a partir de textos de literatura fantástica, entre os quais Guy de Maupassant, Villiers de L’Isle-Adam. Jardim da Casa d’Os Dias da Água, 2004.
Sobre a Mesa a Faca, co-criação com Teatro Praga, a partir de textos de entrevistas a diversos artistas. Armazém do Hospital Miguel Bombarda, 2005.
Vistas da Cidade, Cão Solteiro & Nuno Carinhas, textos de diversos autores entre os quais Italo Calvino, Le Corbusier, Ruy Belo. Casa d’Os Dias da Água, 2005.
Casa Cena, evento-memória construído a partir de cenas de espectáculos anteriores, construção de um jantar com o público. Casa na Rua do Crucifixo, 2006.
Drama, Cão Solteiro & Miguel Loureiro, textos de vários autores entre os quais Eugene O’Neill e Ödön von Horváth. Casa d’Os Dias da Água, 2006.
Michaux, Cão Solteiro & Nuno Carinhas, a partir de textos de Henri Michaux. Casa d’Os Dias da Água, 2006.
Cha Cha Cha, encontro com o público à volta de uma mesa, com chá, bolos requintados e materiais dos espectáculos criados até à data. Casa d’Os Dias da Água, 2006.
A Carta Roubada, Cão Solteiro & Miguel Loureiro, a partir dos primeiros relatos escritos de sonhos. Casa na Rua do Crucifixo, 2007.
3, Cão Solteiro & André Godinho, texto de Rui Nunes. Poço dos Negros, 120, 2007.
_ _ _ _ , Cão Solteiro & André e. Teodósio, a partir de finais de textos de vários autores entre os quais Rui Nunes, Georges Perec, Stig Dagerman, Tchekov, Strindberg, Shakespeare, Lorca, Dostoievski, Joe Orton. Poço dos Negros, 120, 2007.
Strange Fruit , Cão Solteiro & Miguel Loureiro a partir do conceito de Árvore. Poço dos Negros, 120, 2008.
Aqui Também Acabou, Cão Solteiro & André Guedes a partir do conceito do espaço, uma Loja. Poço dos Negros, 120, 2008.
Man Power, co-produção com Cosmic Mega Brain, evento de um dia, apresentado em Lisboa, 2008 e em Londres, 2009.
Tink, a partir de “Bartleby” de H. Melville. Poço dos Negros 120, 2009.
A Portugueza, Cão Solteiro & Vasco Araújo, a partir do Hino Nacional, em co-produção com Teatro Maria Matos, 2009. Festival Materiais
Diversos, Alcanena, 2009. Maria Matos Teatro Municipal, Lisboa, 2010 e 2011. Festival Escrita na Paisagem, Évora, 2011.
Shoot the Freak, Cão Solteiro & André e. Teodósio, texto original de André e. Teodósio escrito para a companhia, em co-produção com a Culturgest, 2010.
Hotel União, em co-produção com Festival Materiais Diversos. Caorg, Minde, 2010.
We All Go a Little Mad Sometimes, Cão Solteiro & André Godinho, a partir da obra de Hitchcock, em co-produção com Festival Temps d’Images. Espaço Alkantara, 2010. Plataforma PT11, Montemor-o-Novo, 2011.
Santo Súbito, Cão Solteiro & Miguel-Manso, a partir da escrita do poeta. Poço dos Negros 120, 2010.
Missing Yevonde, criação a partir das obras da exposição My Choice, em co-produção com Fundação Paula Rego. Casa das Histórias, Cascais, 2011. Em co-produção com Fundação EDP, Porto, 2011. Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Casa das Caldeiras, Coimbra, 2012,
Play, The Film, Cão Solteiro & André Godinho, a partir do filme “The Great Gabbo” de James Cruze, em co-produção com o Festival Temps d’Images. Teatro Camões, 2011 e 2012. Teatro Viriato, Viseu, 2012. Teatro Académico Gil Vicente, Coimbra, 2012. Teatro Municipal de Estarreja, 2012, PT13 no Teatro Curvo Semedo, Montemor-o-Novo, 2013.
Top Models: Paula Sá Nogueira (um bestiário), Cão Solteiro & André e. Teodósio, texto original de André e. Teodósio, em co-produção com Culturgest, Lisboa, 2012. Festival Gil Vicente, CCVF, Guimarães Capital da Cultura, 2012.
A Africana, Cão Solteiro & Vasco Araújo, em co-produção Maria Matos Teatro
Municipal e Fundação Calouste Gulbenkian. Teatro Maria Matos, Lisboa, 2012,
Festival Gil Vicente, CCFV, 2013.
Enciclopédia: X, Cão Solteiro & Afonso Cruz, Poço dos Negros 120, 2013.
Day For Night, Cão Solteiro & André Godinho, em co-produção com Culturgest,
Lisboa, 2014.
Vasco Araújo, nasceu em Lisboa, em 1975, cidade onde vive e trabalha. Em 1999 concluiu a licenciatura em Escultura pela FBAUL., entre 1999 e 2000 frequentou o Curso Avançado de Artes Plásticas da Maumaus em Lisboa. Desde então tem participado em diversas exposições individuais e colectivas tanto nacional como internacionalmente, integrando ainda programas de residências, como Récollets (2005), Paris; Core Program (2003/04), Houston. Em 2003 recebeu o Prémio EDP Novos Artistas.
Das exposições individuais destacam-se : “Under the Influence of Psyche”, The Power Plant, Toronto (2014); “Debret”, Pinacoteca do Estado de S. Paulo, S. Paulo (2013); “Avec les voix de l’autre”, Musée d’art de Joliette, Joliette (2011); « Mais que a vida», Fundação C. Gulbenkian/ CAM, Lisboa e MARCO, Vigo (2010) ; “Eco” Jeu de Paume, Paris (2008); “Vasco Araújo: Per-Versions”, the Boston Center for the Arts, Boston (2008); About being Different (2007), BALTIC Centre for Contemporary Art, U.K.; Pathos (2006), Domus Artium 2002, Salamanca; Dilemma (2005), S.M.A.K., Gent; L’inceste (2005), Museu do Azulejo Lisboa; The Girl of the Golden West (2005), The Suburban, Chicago; Dilema (2004), Museu de Serralves, Porto; Sabine/Brunilde (2003), SNBA, Lisboa.
Nas exposições colectivas destaque para a participação na “All that Falls”, Palais de Tokyo, Paris (2014); “Investigations of a Dog”, Fondazione Sandretto Re Rebaudengo, Turim (2009); “Everything has a name, or the potential to be named”, Gasworks, Londres (2009); “Em Vivo Contacto”, 28º Bienal de S. Paulo, São Paulo (2008); “Artes Mundi, Wales Internacional Visual Art Exhibition and Prize”, National Museum Cardiff, Cardiff (2008); “Kara Walker and Vasco Araújo: Reconstruction”, Museum of Fine Arts, Houston, (2007); “Drei Farben – Blau”, XIII Rohkunstbau, Grobleuthen (2006); “Experience of Art”; La Biennale di Venezia. 51th International Exhibition of Art, Veneza; “Dialectics of Hope”, 1st Moscow Biennale of Contemporary Art, Moscovo, (ambas em 2005); Solo (For Two Voices), CCS, Bard College (2002), Nova Iorque; “The World Maybe Fantastic” Biennale of Sydney (2002), Sydney; Trans Sexual Express, Barcelona 2001, a classic for the Third millennium (2001), Centre d’Art Santa Mònica, Barcelona.
O seu trabalho está publicado em vários livros e catálogos e representado em várias colecções, públicas e privadas, como Centre Pompidou, Musée d’Art Modern (França); Museu Colecção Berardo, Arte Moderna e Contamporânea, (Portugal); Fundação Calouste Gulbenkian (Portugal); Fundación Centro Ordóñez-Falcón de Fotografía – COFF (Espanha); Museo Nacional Reina Sofia, Centro de Arte (Espanha); Fundação de Serralves (Portugal); Museum of Fine Arts Houston (EUA), Pinacoteca do Estado de S. Paulo (Brasil).
Menores de 30 anos 5€
Sinopse
Depois de A Portugueza e A Africana, Antológica é o terceiro trabalho que une Vasco Araújo e o Cão Solteiro no palco do Teatro Maria Matos. Tal como no espetáculo anterior, os textos são de José Maria Vieira Mendes.
Antológica/Lego
Antológica é originalmente o termo que designa a seleção orientada de excertos ou obras de um determinado género ou autor. Do grego anthos, flor, e lego, escolher.
Utilizada sobretudo nos contextos literário e botânico, a palavra tem ressonância musicada nos sinónimos: coletânea, compilação, miscelânea, florilégio, seleta, analecta, crestomatia, cancioneiro, silva, romanceiro.
Antológica é uma construção modular, sequência de corpos enquadrados por paisagens impressas em telões, próxima da miscelânea porque não tem uma ordem explicada. É um encontro em movimento entre a companhia de teatro Cão Solteiro e o artista plástico Vasco Araújo, em cujo trabalho os objetos comuns são anteriores ao encontro real.
“Um facto não é uma ação. É um movimento […]. O pensamento em movimento. Um pensamento capaz de nos acompanhar. Aquele que não pode nunca estar num texto, mas pode ser desejado por um texto como pode ser desejado por um espetáculo ou por uma plateia, desde que.”*
*Excerto do texto de José Maria Vieira Mendes