Missão e História
Missão 2009-2018
O Maria Matos Teatro Municipal é um equipamento da EGEAC. Entre 2009 e 2018, foi vocacionado para a criação contemporânea, acolhendo e coproduzindo espetáculos de teatro, dança, concertos e projetos para crianças e jovens. Na sua programação, o Teatro Maria Matos assumiu-se como polo dinamizador e interlocutor ativo da criação contemporânea em Lisboa e em Portugal; colaborou com artistas e companhias independentes, coproduziu vários festivais (entre os quais, FIMFA, Alkantara Festival, Festival de Almada e Temps d’Images), encomendou mostras e eventos temáticos, e partilhou ciclos de programação com outras instituições de Lisboa, dos quais se destaca o ciclo Teatro/Música com a Fundação Calouste Gulbenkian. A colaboração e a parceria foram fundamentais na programação do Teatro Maria Matos.
O Teatro Maria Matos promoveu ativamente o intercâmbio e a colaboração ao nível internacional, inscrevendo a criação nacional num contexto europeu e global. A vocação internacional do Teatro Maria Matos passou pela apresentação regular de artistas estrangeiros, a coprodução internacional e a internacionalização da criação portuguesa.
Num espírito de serviço público, inerente ao estatuto de Teatro Municipal, o Teatro Maria Matos, durante este período, caracterizou-se como um lugar onde artistas e públicos se encontram para refletir sobre o mundo em que vivemos. Neste sentido, a programação do Teatro focou com regularidade temas da atualidade, através de programas multidisciplinares de palestras, debates, filmes, espetáculos, instalações e intervenções no espaço público.
O Maria Matos Teatro Municipal foi fundador e coordenador da rede House on Fire em 2011, que juntou 10 teatros e festivais europeus à volta de um projeto de reinvenção do teatro social e politicamente ativo, e integrou a rede europeia Create to Connect, que procurou alargar e intensificar a relação entre artistas e público, e da rede Imagine2020, cuja missão foi apoiar projetos artísticos que procurassem dar visibilidade às alterações climáticas. Foi ainda membro fundador da rede5 Sentidos, que promove a programação em rede ao nível nacional.
História
A construção do Teatro decorreu entre 1963 e 1969, com um projeto da autoria do Arquiteto Barros da Fonseca, num projeto arquitetónico muito arrojado para a época, que consiste num edifício de quinze pisos, integrando um Hotel, um Teatro e um Cinema.
O Teatro Maria Matos inaugurou a 22 de outubro de 1969, sob a Direção Artística de Igrejas Caeiro, com a peça “Tombo no Inferno”, de Aquilino Ribeiro. Pelo seu palco passaram, durante os anos 70 e início dos anos 80, várias companhias, nomeadamente a Companhia de Teatro da RDP, com Direção Artística de Artur Ramos, e a Repertório – Cooperativa Portuguesa de Teatro, com Direção Artística de Armando Cortez.
Em 1982, o Teatro foi adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa, deixando de ter companhia residente e passando para um regime de acolhimento de projetos independentes e de companhias mais pequenas de Teatro, de Dança e de Música.
Em 2003, a gestão do Maria Matos transita para a empresa municipal EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural.
Dado o seu estado de degradação, em agosto de 2004, deu-se início a uma intervenção de profunda remodelação deste espaço cultural, conferindo-lhe uma nova identidade e dotando-o de melhores condições para a apresentação de espetáculos. O projeto incluiu a remodelação da sala e dos bastidores, a melhoria da acústica, da iluminação, da climatização, o reforço da segurança e a eliminação das barreiras arquitetónicas.
O Maria Matos Teatro Municipal reabriu a 27 de março de 2006. Este é agora um espaço sofisticado, moderno e acolhedor que, para além da sala principal, com capacidade para 447 lugares, é dotado de um Lounge, de um Café e de uma Sala de Ensaios. Após a reabertura, tendo como diretor artístico Diogo Infante, o Teatro consolidou-se como uma das principais salas de espetáculos da cidade de Lisboa, apostando numa programação própria regular baseada em produções teatrais próprias e coproduções de vários dos festivais de artes performativas e de cinema em Lisboa.
Entre 2008 e 2018, a direção artística esteve a cargo de Mark Deputter, uma alteração que assinalou, de igual forma, uma transformação no perfil do Teatro, vocacionando-o para a contemporaneidade performativa. Simultaneamente, apostou nos criadores nacionais sem espaço cultural de residência, na produção internacional com as mais variadas e experimentais linguagens artísticas, na regularidade de uma programação musical, no fortalecimento de um projeto educativo e, recuperando uma ideia clássica, na integração das questões da polis no espaço do teatro.
A partir de setembro de 2018, o Maria Matos Teatro Municipal iniciará um novo capítulo da sua história. Com a alteração de modelo de gestão, o Teatro Maria Matos passará a ser arrendado por agentes culturais privados, proporcionando um programa de teatro para o grande público — comédia, drama ou teatro musical. A missão desenvolvida pelo Maria Matos Teatro Municipal será continuada noutros espaços da cidade — o Lu.Ca e o Teatro do Bairro Alto.